top of page

Mudança de Hábito, mais um musical, da produtora T4F, de grande produção e bem qualificado

  • Writer: Juliana Cini
    Juliana Cini
  • May 31, 2015
  • 4 min read

Imagem da Internet

O Teatro Renault abre suas portas para receber mais um espetáculo de grande produção, Mudanças de Hábito – O Musical, sob direção do americano Jerry Zaks, ganhador de quatro prêmios Tony Awards e comandante do grande sucesso Família Addams, na temporada de 2012.

Coproduzido pela atriz Whoopi Goldberg, protagonista do filme Sister Act, base do musical, a peça conta a história de Deloris Van Cartier, cantora de casas noturnas que, após presenciar um assassinato, começa a frequentar um convento, como um meio de fuga de seus perseguidores que querem a ver morta.

A história gira em torno de Deloris, que, mesmo entre freiras, não abdica de seu grande dom, cantar. Em meio às desordens do coro do convento, a personagem coloca a ordem nas vozes de suas novas colegas e se torna a regente do grupo. Devido a uma suposta falência do convento, por meio do bravo coral de freiras e da ajuda da refugiada, são arrecadados fundos para mantê-lo existente.

A peça se ambienta na Filadélfia dos anos 1970, era em que o estilo de música soul era dominante, caracterizado por canções que exigem extrema extensão vocal. As canções do musical absorveram tal tendência, aderidas às adaptações voltadas ao público brasileiro, com a escolha de personagens que possuem excelente proficiência vocal, como a personagem principal, Deloris, interpretada por Karin Hils, e Madre Superiora, por Adriana Quadros.

As canções desenvolvidas por Glenn Slater e Alan Menken inspiram-se no estilo Motown, variantes do soul, funk até o alcance do disco music. A tradução, por Bianca Tandini e Luciano Andrey, para o português não deixou de ser criativa, engraçada e adaptada ao público brasileiro.

Interpretada pela brasileira Karin Hils, ex-integrante da banda Rouge (2002) e participante da série de televisão Sexo e as Negas, com experiência em repertórios musicais, a personagem Deloris comprova a arte no canto ao segurar a atenção da plateia no desenrolar de toda a história.

Karin Hils se destaca pelo bom desempenho no palco e pelo humor. Sua encenação foi fortemente exigida, coordenada por coreografias que exigem movimentos de dança intensos e o trabalho da voz. É cantora, atriz e dançarina, com 20 anos de carreira artística. No teatro, atuou nos musicais Hairspray, Emoções Baratas, Xanadú e Alô Dolly; na televisão, fez parte do elenco da novela Aquele Beijo (2011) e na série Pé na Cova (2013).

A Madre Superiora, interpretada por Adriana Quadros, se mostra, ao longo da apresentação, contra a atuação de Deloris, causadora de grandes algazarras no convento, mas enxerga que o futuro do recinto depende de sua ajuda. Sua atuação cumpriu com o papel rígido e seguro da Madre. Adriana Quadros, no teatro, fez Rádio Nacional, em Anônimas, 4 Faces do Amor, Baby – O Musical, entre outros; na televisão, atuou em Viver à Vida, Tititi, Meu Amigo Encosto, Conselho Tutelar; no cinema, em Minha Mãe é uma Peça e Ninguém ama Ninguém por mais de Dois Anos.

A responsável pelo cenário, Carla Janssen Hofelt, inovou em apostar em ambientes chamativos, com luzes que trocam de cor conforme a música tocada. O figurino, por Chris Basílio, correspondeu com as canções e o momento da obra, com muito brilho e mudança ao apresentar a simples veste de freira em paetê. Vânia Pajares, diretora musical da orquestra, teve o papel fundamental, como primeira regente, para dar ligação entre as transições de cena e sensações durante o espetáculo.

Jerry Zaks, diretor do espetáculo, foi o responsável por dar o toque final, por meio da fórmula “musical estilo Broadway”. Fernanda Chamma, diretora e coreógrafa da equipe do Brasil, assumiu o controle em manter um fio condutor entre texto e canções interligadas.

A peça foi bem atuada por ter como base bons atores que possuem o domínio sob o canto. De modo divertido e com piadas adaptadas ao público brasileiro, a obra não perdeu a essência de agradar e tirar risadas. A produtora T4F, de modo geral, apresenta bons espetáculos, de altas produções e com profissionais bem qualificados.

“Mudança de hábito” segue tendência de musicais da Broadway

O país cresce, cada vez mais, em sua forma de produzir excelentes musicais; o “molde Broadway” vem sendo fortemente implantado nos últimos anos. Os espetáculos musicais de Nova York são caracterizados por: grandes produções; elenco expressivo, com domínio do corpo e da voz; figurinos bem desenhados; e cenários que induzem o espectador estar dentro da cena. Tal estilo foi introduzido em O Rei Leão, último musical lançado pela produtora T4F, no Teatro Renault, sendo percussor de sucesso e aderência de público. Destacou-se pela performance dos dançarinos, que incorporaram animais da savana africana, pelos figurinos diferenciados e coloridos e pelas clássicas músicas do filme adaptadas ao público brasileiro.

O modelo Broadway de exportação se faz presente, no cenário brasileiro, com versões sempre destinadas ao publico local. O musical Mudança de Hábito, dirigido pela brasileira Fernanda Chamma, trouxe também o diretor americano Jerry Zaks para revisar o espetáculo e realizar finalizações que estruturassem a peça no padrão de musicais estilo Broadway. Zacks também foi o diretor colaborador da peça Familia Addams, na temporada de 2012.

Devido à boa repercussão e aceitação, por parte do público, de musicais, há um mercado crescente nesse âmbito. Gradativamente, o país está adaptando seus moldes de produzir teatro, sem perder sua originalidade, de forma a mesclar diretrizes que trazem pontos diferenciados aos palcos. Grandes produções nacionais apostam em inserir o estilo Broadway, famosa tendência internacional que move grandes públicos à Big Apple.

 
 
 

Comments


bottom of page